terça-feira, 7 de janeiro de 2014

ARTIGO PUBLICADO NO SINGA 2013, JOÃO PESSOA/PB

ASPECTO AGRÁRIO DO NORDESTE BRASILEIRO E O MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA (MST) NO ASSENTAMENTO NORMANDIA-CARUARU/PE-BRASIL

AGRÁRIO ASPECT OF NORTHEAST BRAZIL AND THE MOVEMENT OF LANDLESS RURAL WORKERS (MST) IN LAYING NORMANDIA CARUARU/PE-BRAZIL

Claudemir Martins dos Santos
Graduando em Geografia do Depto. De Geografia-CH-UEPB

Jeyse Pereira da Silva
Graduanda em Geografia do Depto. De Geografia-CH-UEPB

Edvaldo Carlos de Lima
Professor em Geografia do Depto. De Geografia-CH-UEPB (Orientador)

RESUMO
O presente trabalho tem como proposta abordar a questão agrária no Brasil e compreender a questão agrária do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) no assentamento Normandia localizada no município de Caruaru/PE-Brasil. O paradigma agrário está dividido em dois territórios distintos: primeiro o brasileiro encontra-se delimitado na relação de poder; latifúndio, capitalismo e agronegócio, segundo o campesinato e agricultura familiar. Com a expansão da monocultura da cana-de-açúcar, em todo o litoral do Nordeste, inclusive na região Sudeste e Sul, com a expansão da soja, do trigo e milho no Centro Oeste e Norte, e a criação de gado de corte/leiteiro por todo o país, onde através desse crescimento em nome da globalização capitalista tem prejudicado cada vez mais as famílias que sobrevivem da agricultura. Com todas essas delimitações no desenvolvimento da agricultura familiar, os trabalhadores rurais do semiárido nordestino estão condicionados a pequenos lotes de terra para produção da agricultura familiar ou/subsistência, em áreas de famílias assentadas pelo MST (movimento dos trabalhadores rurais sem-terra). Os conflitos por terras, e o desenvolvimento das famílias nos assentamentos, são compromissos indissociáveis e indispensáveis para o entendimento da questão agrária, onde o território esta correlacionada à relação de poder. Essa discussão apresenta posicionamento conceitual analisada na questão agrária, relacionada ao paradigma do campo brasileiro.
Palavra-chave: Questão Agrária, Movimento Social, Luta pela Terra.

ABSTRACT

This paper aims to address the agrarian question in Brazil and understand the agrarian MST (Movement of landless rural workers) in the settlement located in the Normandy town of Caruaru / PE-Brazil. The agrarian paradigm is divided into two distinct territories: first Brazilian is bounded on the power relationship: landlordism, capitalism and agribusiness, according to the peasant and family farming. With the expansion of monoculture of sugar cane, throughout the Northeast coast, including in Southeast and South, with the expansion of soy, wheat and corn in the Midwest and North, and the creation of cattle / dairy by throughout the country, which means that growth in the name of capitalist globalization has increasingly undermined the families that survive on agriculture. With all these delimitations in the development of family farming, rural workers semiarid Northeast are conditional on small plots of land for family farming or / livelihoods, families settled in areas of the MST (Movement of landless rural workers). Conflicts over land, and the development of families in the settlements, compromises are inseparable and indispensable for understanding the agrarian question, where the territory correlated with this power relationship. This discussion has examined the conceptual positioning agrarian question, related to the paradigm of the Brazilian countryside. Keyword: Agrarian Question, Social Movement, Land Struggle.
Eixo Temático: 3. Movimentos Sociais no Campo e Luta pela Terra


ITRODUÇÃO

O presente artigo tem como proposta abordar a questão agrária no Brasil, evidenciando a Região Nordeste. Objeto de estudo, o assentamento Normandia localizado no município de Caruaru/PE, e o movimento dos trabalhadores rurais sem-terra (MST). A questão agrária brasileira está condicionada a distribuição de terras no país, através das desapropriações das fazendas consideradas improdutivas concentradas nas mãos dos grandes latifundiários, o movimento do MST na luta pela reforma agrária onde as invasões e acampamentos, tem como tema a desapropriação dessas terras, o principal objetivo dessas desapropriações é conseguir assentar as famílias sem-terra para que os trabalhadores rurais desenvolva suas atividades agrícolas, com o desenvolvimento e a produtividade do espaço agrário, nos assentamentos em todo o território brasileiro. Dessa forma os movimentos sociais abordam as necessidades para um desenvolvimento voltado para o interior do país, beneficiando os pequenos produtores.
No Brasil até 1822, a distribuição de terras era realizada pelo regime de sesmaria. Sem considerar os habitantes existentes, os povos indígenas, com a ocupação portuguesa as terras brasileiras passaram a pertencer ao Monarca, que fazia concessões de sesmaria (grandes extensões de terras) e través de doações de datas (lotes menores). Essas doações de terras teriam algumas exigências, caso as mesmas não fosse cumprida as terras seriam devolvidas a coroa. A partir de 1822 foram suspensas as concessões reais, até a data de 1850, a terra passa a pertencer aquém possa ocupa-la. Com a lei de n° 601, de 18 de setembro de 1850, promulgada pelo imperador Dom Pedro II, conhecida a lei das Terras, a partir de então só quem poderia pagar pelas terras era reconhecido como proprietário legal segundo a lei.
Para (LIMA, 2006) O paradigma agrário brasileiro está dividido em dois territórios distintos: primeiro o brasileiro encontra-se delimitado na relação de poder; latifúndio, capitalismo e agronegócio, segundo o campesinato ou/agricultura familiar. O latifúndio e o agronegócio são compreendidos no trabalho como um único território tem como concorrência o campesinato ou/agricultura familiar, essa concorrência e pertinente entre ambos, os dois territórios apresentam dois modelos de desenvolvimento para o campo, e se confrontam no processo de territorialização-desterritorialização-reterritorialização. O conflito e o desenvolvimento como compromisso indissociáveis e indispensáveis para o entendimento da questão agrária, onde esse território tem ralação de poder, nestas discussões apresentam posicionamentos conceituais analisadas nas questões relacionadas dentro desse paradigma do campo. Com a expansão da monocultura da cana-de-açúcar, em todo o litoral do Nordeste, inclusive na região Sudeste e Sul, com a expansão da soja, trigo e milho no Centro Oeste e Norte, e a criação de gado de corte/leiteiro por todo o país, onde através desse crescimento, (ANDRADE, 2001) em nome da globalização capitalista tem prejudicado cada vez mais ás famílias que sobrevivem da agricultura. A partir dessas delimitações no desenvolvimento do campesinato ou/agricultura familiar, onde os trabalhadores rurais do semiárido nordestino está condicionado a pequenos lotes de terras para sua produção agrícola, em áreas de famílias assentadas pelo movimento dos trabalhadores rurais sem-terra (MST). Os conflitos por terras e o desenvolvimento das famílias nos assentamentos são primordial para sua consolidação. A organização do espaço agrário brasileiro na produção de alimentos no semiárido do Nordeste, está condicionada à habilidade do camponês em produzir seu próprio alimento, com a escassez de água, onde o índice pluviométrico é bastante escasso, ainda é possível desenvolve agricultura familiar de qualidade por ser um produto orgânico sem agrotóxico.


O MST E A QUESTÃO AGRÁRIA BRASILEIRA

O movimento dos trabalhadores rurais sem-terra (MST), foi criado no Primeiro Encontro Nacional de Trabalhadores Sem-Terra, que aconteceu em janeiro de 1984, em Cascavel/PR. E ratificados no I Congresso Nacional realizado em Curitiba, no ano de 1985, no estado Paraná. O MST, sempre obteve o apoio da Comissão Pastoral da Terra (CPT), e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) por uma reforma agrária mais justa, na luta por terra e melhorias para as famílias sem-terra. Hoje o MST está organizado em 24 estados e no Distrito Federal, segue com os três principais objetivos lutar pela terra, lutar pela reforma agraria e lutar por uma sociedade mais justa e fraterna. Estes objetivos estão manifestos nos documentos que orientam a ação política do MST, definidos em Congresso Nacionais e no Programa de Reforma Agrária.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) está convencionado que a penas a ocupação dos latifúndios não é suficiente para derrotá-los. O latifúndio faz parte da estrutura econômica de nosso país, da estrutura política, dos interesses das classes dominantes em geral, que, apesar de atuarem em diversas atividades econômicas, em sua grande maioria possuem grandes propriedades rurais. (STEDILE, 2000, p.5).

 A partir de 1985 com a criação do Plano Nacional da Reforma Agrária (PNRA), no governo de Jose Sarney, que previa uma rápida ampliação ao Estatuto da Terra onde sua previsão era assentar 1,4 milhão de famílias, não obtendo êxito atingindo apenas um pequeno índice. Com a implementação da Lei Agrária (Lei 8.629), na década de 90, no governo de Itamar Franco foi possível fazer novas desapropriações regulamentadas pela constituição, aumento expressivamente a quantidade de famílias assentadas. Sob o primeiro mandato do governo de Fernando Henrique Cardoso (1994-1998), no campo tem perda expressiva com o êxodo rural, provocado pela ação dos bancos contra pequenos agricultores endividados, o país foi testemunha de massacres violentos contra camponeses, Corumbiara em Rondônia (1995), Eldorado do Carajás no Pará (1996).

Os problemas referentes à questão agrária estão relacionados, essencialmente, à propriedade da terra, consequentemente à concentração da estrutura fundiária; aos processos de expropriação, expulsão e exclusão dos trabalhadores rurais: camponeses e assalariados; à luta pela terra, pela reforma agrária e pela resistência na terra; à violência extrema contra os trabalhadores, à produção, abastecimento e segurança alimentar; aos modelos de desenvolvimento da agropecuária e seus padrões tecnológicos, às políticas agrícolas e ao mercado, ao campo e à cidade, à qualidade de vida e dignidade humana. Por tudo isso, a questão agrária compreende as dimensões econômica, social e política. (FERNANDES 2001, p. 23-24).

No segundo mandato de FHC, não desenvolveu uma política continuada para Reforma Agrária, apenas uma maquiagem de dados anteriores. Em 2002, com a eleição do novo presidente Lula, havia um grandes expectativa entorno da possível reforma agrária, mesmo sendo considerado um defensor da questão agrária brasileira em seu governo a situação dos sem-terra não foi uma das melhores. No país cada vez mais capitalista, a produção no campo é pertinente ao latifundiário, com grandes concentrações de terras, onde o agronegócios e as expansões comerciais privilegia o grande produtor denominado de rural.
De acordo com o II Plano Nacional de Reforma Agrária (II PNRA), onde contém o reconhecimento o da reforma agrária para os camponeses, é de suma importância para o desenvolvimento econômico local e regional, onde o grande objetivo é a transformação da classe trabalhadora do campo denominada de sem-terra, voltada para o desempenho da agricultura familiar e o surgimento de uma renda nas comunidades, beneficiando e fortalecendo a economia.

A Reforma Agrária é reconhecida como condição para a retomada do crescimento econômico com distribuição de renda e para a construção de uma nação moderna e soberana. Ela promove a geração de empregos e renda, a ocupação soberana e equilibrada do território, garante a segurança alimentar, promove e preserva tradições culturais e o meio ambiente, impulsiona a economia local e o desenvolvimento regional.  (II PNRA, 2003, p.7)

O II PNRA tem o objetivo de reestruturar o espaço agrário brasileiro, fortalecendo a produção agrícola das famílias assentadas, a distribuição de forma igualitária na distribuição de terras, atendendo as novas demandas da reforma agrária no país.  Nos últimos anos dentro do programa do governo do Partido dos Trabalhadores (PT), a reforma agrária brasileira vem acontecendo a passos lentos, sem atender de fatos as demandas necessárias para o desenvolvimento das famílias que realmente necessitam de terras para desenvolver as atividades agrícolas, onde os grandes latifundiários capitalista detém grandes áreas, as famílias camponesas que realmente necessitam de pequenos lotes para de forma sustentável contribuir na produção do seu próprio alimento e  renda local, grande parte do mercado brasileiro é abastecido com a agricultura familiar.



A QUESTÃO EDUCACIONAL

É pertinente a concepção de educação para o campo no Brasil, pois não é satisfatória para combater o analfabetismo, pois a uma série de problemas que dificultam para que esse cenário dentro do contexto brasileiro, não apenas os problemas ocasionados pelo modo de vida dos camponeses, mas também pela falta de planejamento político-pedagógico para essas áreas, pois a grande maioria dos profissionais responsáveis pela educação do campo não recebem capacitação adequada para o exercício da profissão na formação do cidadão do campo. Assim falta capacitação para esses profissionais desenvolverem suas técnicas educacionais para contribui no sentido de desenvolver e melhorar a situação no campo, principalmente através de novos métodos educacionais.

“O campo da educação do campo é analisado a partir do conceito de território, aqui definido como espaço político por excelência, campo de ação e de poder, onde se realizam determinadas relações sociais. O conceito de território é fundamental para compreender os enfrentamentos entre a agricultura e o agronegócio, já que ambos projetam distintos territórios” (FERNANDES & MOLINA, p. 01).

Desde a sua criação o MST incluiu em sua agenda política a luta por escola, e a discussão sobre a escola que, deveria fazer parte da família sem-terra. Uma escola voltada para a educação do campo, o MST sempre priorizou este tipo educacional, já nos primeiros acampamentos e assentamentos. Dentro do próprio movimento foi possível forma profissionais para obter êxito na formação educacional e ambiental. Novos professores e agrônomos preocupado com as questões da educação do campo e ambientais, permanecem contribuindo para que o movimento dos trabalhadores rurais sem-terra (MST), desenvolva cada vez mais suas atividades voltada e aplicada na política do movimento. As escolas do campo, encontra-se localizadas dentro dos próprios assentamentos para que o filho do trabalhador rural não necessite se deslocar do assentamento ao frequentar as aulas.
Diante de todas as dificuldades encontrada, os movimentos sociais tem sua contribuição para o desenvolvimento do país, cada vez mais orientando a classe trabalhadora a exigir seus direitos, seja ela trabalhista por melhores condições salariais ou educacionais etc. Contribuindo na formação sociocultural do cidadão que necessita cada vez mais utilizar os recursos naturais de forma sustentável, sua conscientização só acontece através da educação volta de forma correta, do campo para o campo.

O ASSENTAMENTO NORMANDIA CARUARU/PE

A organização do espaço agrário brasileiro na produção de alimentos no Semiárido Nordestino, está condicionada à habilidade do camponês em produzir seu próprio alimento, essa região geográfica encontra-se em uma área de escassez pluviométrica, o grande problema é a falta de agua durante o período de estiagem. Existe problemas que compõem a questão agrária, ligados sobre tudo ao processo de diferenciação e desintegração do campesinato. Na formação do território brasileiro que resultou no cenário agrário sustentado pelo latifúndio, com monocultura da cana de açúcar e exploração do trabalhador sem as condições mínimas de dignidade. O Nordeste do país está condicionado à um grande índice de pobreza, onde a população rural tem a mão de obra explorada através do trabalho nas terras do grande latifundiário.

A implementação da Reforma agrária no Brasil, caracteriza-se como um desafio principalmente para os trabalhadores sem-terra, uma vez que o poderio econômico/capitalista está ao lado dos latifundiários juntamente com a imponência do Governo Estatal, unidos para que o sistema continue sendo favorável aos seus interesses, que os pobres continuem pobres e os sem-terra assim permaneçam (LIMA, 2006, p.107).

O MST em seu histórico de luta pela reforma agrária no país, através de invasões e acampamentos em grandes lotes de terras improdutivas, reivindicando a sua desapropriação para assentar as famílias acampadas. O assentamento Normandia localizado no município de Caruaru/PE, é um dos mais bem sucedido assentamento do MST dentro do movimento no estado. Esta fazenda denominada de Normandia, foi ocupada em maio de 1993, aproximadamente por 179 famílias militantes do movimento. A partir de novembro de 1997, a fazenda foi desapropriada para beneficiar as famílias com a sonhada reforma agrária. O assentamento Normandia tem 40 famílias onde vivem do trabalho na agricultura e a criação de animais, depois de muita lutar conquistou o direito à terra. Uma área total desapropriada é 546 hectares, distribuída em 14 hectares para o centro de formação, 100 hectares para reserva ambiental e 16 hectares para área social. Os trabalhadores rurais produz em uma área individual de 10 hectares para cada família, com a produção de alimento tais como: batata doce, macaxeira, hortaliças, produção de grãos milho e feijão, carne bovina, frango caipira, suíno e caprino. Parte dessa produção faz parte da merenda escolar servida no município de Caruaru/PE, uma parceria entre os produtores de agricultura familiar e governo municipal ao permitir atender as demandas das escolas com uma alimentação de boa qualidade. Os produtores rurais desenvolve suas atividades a base da coletividade, onde eles procuram sempre atender um ao outro na colaboração das demandas encontrada no assentamento, as casas das famílias estão organizadas em agrovila.



Figura 1- Vilas de casas das famílias agricultoras no assentamento Normandia Caruaru/PE.
Fonte: Pesquisa de campo, 2012.

O MST logo após a desapropriação da fazenda e a criação do assentamento, foi criado o Centro de Formação Paulo Freire, um espaço utilizado com a finalidade de promover encontros importantes na formação política dos militantes do movimento. Uma estrutura localizada ao lado da antiga sede, com importante contribuição educacional para formação de novos cidadãos e filhos dos agricultores. Construídos a mais de doze anos foi construído com recurso próprio onde se desenvolve alguns cursos superiores com o apoio da Universidade Federal do Pernambuco UFPE, curso de Pedagogia, também disponibiliza de um minicurso denominado de curso pé no chão, voltado para pessoas interessadas em fazer parte das atividades no Centro de Formação Paulo Freire, além de adolescentes rebeldes de outras localidades, onde aprendem noção de trabalhos e comportamento contribuindo para os cuidados das plantas, hortaliças e animais criados para abastece o próprio centro, contribuindo na formação dessas pessoas que busca uma qualificação profissional, já que ambos tem diferentes grau de escolaridades e idade diferenciada. Essa formação tem como objetivo formar turmas a cada seis meses, desde a sua existência já formou em média umas 20 turmas, com recursos de projetos dentro do próprio assentamentos.

Figura 2- Centro de Formação Paulo Freire no Assentamento Normandia Caruaru/PE.
Fonte: Aula de Campo, 2012.

O governo não tem interesse em beneficiar a classe trabalhadora o camponês, os políticos na maioria das vezes são grandes proprietários das terras no país. O MST entidade não governamental que luta pela reforma agrária e distribuição de terras, através de suas ações atendendo as necessidades do trabalhador do campo. O agronegócio é uma atividade em expansão no Brasil, o espaço agrário no semiárido do Nordeste já está ocupado com essa atividade em nome do desenvolvimento, projetando o país em nome do progresso, um grande investimento capitalista e de poder aquisitivo no mundo cada vez mais globalizado, assim a questão agrária campesina torna-se sem efeito com tanto investimento para o grande latifúndio, onde grande parte da produção rural que chega à 70 por cento  na mesa do brasileiro vem da produção do pequeno produtor rural. O MST é fundamental nessa produção do campo, através das lutas de conscientização e formação política dos trabalhadores rurais sem-terra, na luta pela terra, portanto a educação das famílias em cada marcha, em cada acampamento e assentamento, representa um passo no processo pedagógico educativo. Assim resgatando qualidades quase perdida do ser humano, fortalecendo o movimento contribuindo no desenvolvimento sócio econômico e do país.



CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste trabalho apresentamos os movimentos socais representados no estado de Pernambuco/PE, no município de Caruaru no Assentamento Normandia, o movimento dos trabalhadores rurais sem-terra (MST). Onde esse movimento tem como foco a luta pela terra, através das ações do próprio movimento, acampamento, com a desapropriação das terras para assentar as famílias acampadas. Destacamos que todo esse movimento tem como atores principais os trabalhadores rurais denominado de sem-terra, grupos de camponeses que necessitam do processo de reforma agrária através das desapropriações para produção do seu alimento. Esses grupos de pequenos produtores rurais são responsáveis pela demanda de alimento que chega à mesa dos brasileiros, cerca de 70 por cento vem dessa produção familiar. Considerando que a produção da grande produtor latifundiário não abastece as necessidades do mercado interno do país, apenas para a exportação, visando o capital através dessas ações em nome da expansão capitalista globalizada. O espaço agrário brasileiro necessita de uma política voltada para a agricultura familiar, os agricultores rurais nordestinos, objeto de estudo do assentamento, necessitam de apoio por parte das entidades governamentais para o campesinato, no desenvolver das atividades agrícolas. Que seja feita uma política pública volta para o desenvolvimento mais sem esquecer a minoria que está à espera de uma reforma agrária justa/igualitária, para todos que precisam e depende de uma política voltada para beneficiar a classe trabalhadora.
Portanto ressalvo que o presente trabalho, vem à mostra um pouco da problemática que envolve todos os perspectivos relacionados com os temas pertinentes discutidos em sala versos campo, onde teoria e pratica demostra a realidade vivenciada no país. Onde a agricultura familiar ou/subsistência desenvolvida nos assentamentos repercute no mercado brasileiro atendendo a demanda interna. Dessa forma o movimento dos trabalhadores rurais sem-terra (MST), através das suas ações em todo o território nacional, a partir de muita luta voltada para a questão agrária vem conseguindo atingir de forma significativa ao fazer com que as famílias desenvolva suas atividades agrícolas, contribuição para o paradigma agrário brasileiro.

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ARTIGO PUBLICADO NO SINGA 2013, JOÃO PESSOA/PB

ASPECTO AGRÁRIO DO NORDESTE BRASILEIRO E O MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA (MST) NO ASSENTAMENTO NORMANDIA-CARUARU/PE-BRASIL ...